Hipótese de que o iene chegará a 160 nas próximas semanas preocupa brasileiros no Japão

Com o Banco Central do Japão mantendo-se firme em sua política de apoiar a economia afetada pela pandemia, o iene está caindo para níveis históricos abaixo da marca dos 150 contra o dólar americano. Isto acontece apesar dos vários avisos por parte das autoridades monetárias japonesas sobre uma intervenção adicional no mercado de compra de ienes.

O motivo desta pressão continua sendo a aposta por parte dos participantes do mercado quanto às grandes diferenças nas taxas de juros entre os Estados Unidos e o Japão – onde o Banco Central dos EUA vem aumentando as taxas num ritmo sem precedentes para combater possíveis picos inflacionistas.

A discordância não parece ser temporária e, apesar dos dados da inflação no Japão divulgados na sexta-feira 21 mostrarem o aumento mais acentuado em mais de 31 anos, de 3,0 por cento em relação ao ano anterior, (bem acima da meta de 2 por cento estipulada pelo Banco Central do Japão), existem poucas expectativas no mercado quantas às mudanças nas políticas monetárias atuais.

Não parece haver sinais de que o Banco Central dos EUA vai interromper seu ajuste monetário, e o Banco Central do Japão permanece convicto de que a inflação no Japão está fora do controle. Isso leva especialistas do mercado cambial a crer que não há indícios de uma reversão da tendência atual dólar-iene.

Alguns especialistas dizem que o impacto do iene fraco pode ter resultados positivos e negativos para a economia japonesa. 

Embora possa prejudicar os consumidores de dentro do Japão devido a um aumento nos custos dos produtos importados – incluindo itens como recursos naturais, também é um benefício para algumas companhias através da chegada de turistas gastando mais dinheiro.  

Um iene fraco também incentiva os exportadores japoneses em termos da competitividade de preço no mercado estrangeiro, assim como o valor dos lucros repatriados.

De acordo com os especialistas, o governo deve capitalizar os aspectos positivos do iene fraco e fornecer incentivos às empresas japonesas para transferirem algumas das suas bases manufatureiras offshore de volta ao Japão.