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Ayrton Senna e Honda
Senna segura a bandeira do Brasil em uma conquista na F-1: Ayrton Senna e Honda “voltam” às pistas em 2019

Ayrton Senna e Honda juntos em 2019

As incríveis coincidências que levam alguns a acreditar que a Honda e Ayrton Senna faturaram juntos o Grande Prêmio do Brasil em 2019
Eder Hashizume
Imagens: Reprodução

 
Ayrton Senna e Honda
Novo carro da Toro Rosso que, a partir de 2020 adotou o nome Alpha Tauri – Créditos: Red Bull Content Pool

Desde a morte de Senna a Honda não ganhava nada de importante na F-1

Antes de mais nada, de fato, Ayrton Senna morreu no dia 1º de maio de 1994 na sétima volta do Grande Prêmio de San Marino, no circuito de Ímola (Itália). É justamente no dia de sua morte que começou essa história de coincidências que o fizeram – acreditam alguns – estar ajudando a pilotar ou, no mínimo, a empurrar um carro na última volta do Grande Prêmio do Brasil, em Interlagos, no dia 17 de dezembro de 2019.
Desde o infortúnio da morte de Senna, a Honda não ganhava nada de importante na F-1. Na verdade, o último grande momento da fornecedora japonesa de motores foi com a McLaren junto ao piloto brasileiro na antepenúltima corrida da temporada de 1992 que, de maneira heroica, venceu o GP de Portugal, segurando a Williams-Renault de Nigel Mansell, que vinha “comendo” a pista em cada volta que dava.

 

 


Red Bull-Honda continua com a parceria em 2020 – Créditos: Red Bull Content Pool

A Honda parou de fornecer motores em 1993, desagradando Senna

A Honda parou de fornecer motores em 1993, desagradando Senna que teve que se contentar com os fracos protótipos da Ford.
Em 1994, ele largou a equipe britânica e foi para a competitiva Willians-Renault. A Honda manteve uma tímida parceria com várias outras equipes através da Mugen Motorsports. Depois de várias desistências e insucessos, em 2015, os japoneses resolveram voltar com muita seriedade para a F-1 junto a McLaren, mas sem o mesmo brilho dos tempos da sinergia com Senna.

O fraco desempenho de seus motores gerou críticas humilhantes e a equipe britânica cancelou o contrato com a Honda.
A partir de então, os japoneses decidiram se concentrar na parceria com duas outras equipes: a fortíssima Red Bull e a pequena Toro Rosso.
Depois de seguidos reveses e anos frustrados, começou a temporada de 2019.
Do segundo semestre em diante, a Honda já havia se superado junto com a Red Bull ao conquistar duas vitórias, uma na Áustria e outra na Alemanha.
Foi o melhor momento dos japoneses desde os tempos de Ayrton Senna. Aí veio o GP do Brasil, dia 17 de dezembro de 2019 e a história da F-1 ganhou uma página especial. Max Verstappen da Red Bull-Honda dominou Interlagos e garantiu a sua terceira vitória na temporada.

O incrível era que, depois de uma série de circunstâncias, o segundo lugar caiu nas mãos do piloto da Toro Rosso-Honda, Pierre Gasly. Antes da bandeirada de chegada, ele tinha a missão de segurar, na última volta, o hexacampeão Lewis Hamilton – com um carro e motor muito melhores – que vinha na “cola” do francês. Inexplicavelmente, na subida da colina dos boxes, quando o inglês estava lado a lado, a Toro Rosso de Gasly despontou, ficando quase um carro a frente, o que lhe garantiu a segunda posição, muito comemorada por todos da escuderia italiana.

 

 

Ayrton Senna e Honda
Soichiro Honda e Ayrton Senna: coincidências – Créditos: Reprodução

Empurrãozinho extra

Houve muita especulação de o porquê do desempenho da Toro Rosso-Honda ter sido melhor que a McLaren-Renault. Uma das várias hipóteses, era de que Lewis Hamilton teria simplesmente desacelerado no final. Ele depois teria negado. Outra suposição – mais técnica – era de que o carro de Hamilton, em voltas anteriores, ao se chocar com o tailandês Alexander Albon, companheiro de Gasly, estaria com o desempenho comprometido.
Ninguém se pronunciou sobre o caso de maneira oficial. Para a Honda, foi uma sucessão de incríveis coincidências, que fizeram com que a fornecedora de motores publicasse em redes sociais a seguinte mensagem:

“Obrigado pelo empurrão extra na subida da colina, campeão. Esperamos que você e o aniversariante tenham gostado do show. A equipe Honda parou para prestar nossa homenagem após um fim de semana memorável no Brasil. Obrigado Senna.”

Além da mensagem virtual, membros da Honda prestaram outra homenagem: deixaram flores e uma foto de Gasly e Verstappen no pódio de Interlagos junto ao túmulo de Ayrton Senna.
O dia 17 de dezembro de 2019 foi também a data de aniversário de Soichiro Honda, fundador da Honda e que não se cansava de elogiar Ayrton Senna.

 

 

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Autor

Foto Eder Hashizume

Eder Hashizume

Eder é jornalista veterano e professor no Japão

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